'UM ECOSSISTEMA PSICO-PANDÊMICO SOCIAL'
PANDEMIA. CONFINAMENTO. MEDO. SOLIDÃO. ANSIEDADE. SÍNDROME DO PÂNICO.Ciência X ideologia$ & ideologia$ = chocolate com morango? Sabemos que não. Mas a política está na doença. Sobreviver significa uma necessidade de respiração planetária. E panfletária? As crises são as rainhas das oportunidades. E pasmem! Um vírus esvaziou as ruas. Qual a diferença de um 'formigueiro estrutural' para o paradoxo da individualidade internalizada? A saúde mental passou a usar máscara em meio as balas de gotículas salivares disparadas pelos 'espirros de fuzis AR-15' nos bailes clandestinos? A coletividade que dezenas de semanas atrás esbarrava-se sem nexo ancestral ou causal – como formigas – no intuito de protagonizar as escalas dos sucessos nos espelhos sociais: está sob clausura. Convivíamos. Confraternizávamos. Mas interiorizávamos o abraço? As ruas – dutos sanguíneos de seres humanos – contudo, doentes sem nexo funcional, orgânicas como os túneis de um formigueiro, submergiram ao pânico. Banidos da 'crosta' habitamos as cavernas da tecnologia. E logo faremos parte da internet das coisas. As Ruas sofreram hemorragias carnavalescas e de encontros. E protagonizaram o vazio atônito dos filmes de zumbis, catacumbas e catacombes. O maior distanciamento provocado pela pandemia do coronavírus terá sido provocado pelo isolamento o social? Ou a maior reconfiguração da gênese e da morte humanas aconteceu na introspecção individual provocada pelo vírus? Você, amigo, amiga, ainda está vivo, viva? Já foi vacinado ou vacinada? Perdeu alguém? Acha que tudo irá acabar? Pretende comemorar com champanhe o "novo normal"? Diga, com a mais absoluta sinceridade, que nada mudou em você. Talvez, quando a Ciência publicar em um Diário Oficial, na cidade de algum lugar do mundo, o anúncio que a SARS.COV.2 fora finalmente vencida, a Rua será a sua primeira alternativa, fora das cavernas dos formigueiros. Porém, o nome disso não será 'cura'. Mas a vacina de esperança de alguma coisa. De acreditar, novamente, ou com todo o direito de duvidar, novamente, que a Terra é redonda, a partir da reflexão que aconteceu no seu jardim. Enquanto ainda há tempo, convido você a ler o poema: O PORÃO DAS RUAS: SAR.COV.2.COM.BR
O POEMA
O PORÃO DAS RUAS SARS.COV.2.COM.BR
Ricardo França de Gusmão
Durante a quarentena, pela TV, vejo as ruas...
Tudo nelas em mim é política, psicológico: psico/ruas.
Tudo é monóxido de COVID-19 e tosse e tosse e tosse...
Todo desejo de amor é utópico e existe a escarlatina sim.
Somos seres pragmáticos em estágios de aglomeração varonil
ou de isolamento social, mas podemos também ser poesia quântica
numa operação policial e da saúde pública na Avenida Atlântica.
Meu amor carece de vitamina B.
Etiópia é aqui, na quarentena,
entre eu e você.
Proteína só na SmarthTV a cores
onde as dores
são mais caracterizadas.
Tem vez que aparece um ditador
dando risadas,
outra um menino rico
com a face corada.
As palavras estão duras de bactérias
e fazer amor só com o carimbo
do Ministério da Saúde.
Ele perdeu o emprego numa atitude histérica,
culpou a sociedade burguesa
e se transformou na guerrilheira Érica.
Mas era uma 'louca', na pandemia.
O menino faleceu sobre um prato de gnochi.
Seu mal principal era um bacilo de Koch.
O espirro nasce da poeira, da radioatividade ou do vírus.
Fábricas defecam nas águas dos rios
toda a bondade de seus produtos (n)ec(r)ológicos.
O beijo não é mais contato de lábios: carícia.
É o produto de mandíbulas que atritam seus malares.
Anoiteceu petróleo superfície mares
e míssil F-16 afundou barquinho papel.
Uma bomba explodiu aqui. Outra em Israel.
Se nem pelo céu se escapa
medo dá do morcego quando abre as asas
sobre o nosso relacionamento sincero.
O útero cresce com a progesterona
quando um espermatozóide consegue,
e, de repente, daquela barrigona
nasce mais um da mesma espécie.
Roupas amarelas cobriram a humanidade
das pessoas de carne
causando 0,3411672 de tristeza
no ventrículo esquerdo
de seus respectivos chip’s.
As universidades inventaram
as Trompas de Falópio de fibra óptica bio-psico-social
e a placenta com álcool em gel:
seremos parte da internet das coisas.
Ninguém Ama-Zônia. O-Zônio também perece.
O vírus especializou-se no intermediário das coisas
que se completam. Já não chegamos mais perto.
Nem de longe, provavelmente, chegamos.
Talvez, plastificados, possamos travar um diálogo,
um mínimo de contato
na turbulência epitelial das ruas do mundo.
Mesmo que fiscalizados ao extremo,
com pele sintética na palma da mão.
Restará apenas esta escolha
nas bifurcações do caminho:
a de ser ou de não ser mais sozinho,
ainda que tenham dissimulado
o contato da amizade
assim carne com carne
na proximidade do abraço desfeito,
assim, pele com pele,
formando a pele tão doce do beijo...
“”Di-gi-te seu có-di-go””
.............................................................
Tlec tlec
tlec tlec tlec
tlec
tlec tlec tlec
tlec tlec
tlec
..............................................
“Sin-to in-for-mar se-nhor,
nos-so pro-gra-ma
não a-ten-de
pe-di-do de a-mor.
Re-cla-ma-ções, por fa-vor,
na con-tro-la-do-ria ge-ral
ou pe-la cai-xa pos-tal
nú-me-ro 21.345"
II
Há sete anos, antes do vírus,
faço um exercício de respiração.
Inspiro o ar com suas personalidades
de múltiplos gases
e expiro em balões de látex
— daqueles usados em festas de aniversário —
e eles inspiram 75% do ar que me restou
não aproveitado.
Sempre me insignifiquei a sobreviver
com menos de 100% de oxigênio em quase tudo.
E assim fui expirando nos pulmões
dos aniversários da minha vida:
dia-a-dia; dia-a-dia; dia-a-dia...
Os balões que inspiravam-se-me
de gases carbônicos soprossobrantes
por algum motivo levitavam sem hélio:
eram os meus RNAs de sonhos neles
em atividade biológica, infectando-os
com levezas
deixando-os capazes de flutuar
na torpeza do am-ar.
Meus balões de ar não carregam
futuras medidas ou reformas
que podem interferir no futuro
econômico do Brasil,
são apenas bolhas levitadoras
de sonhos alternativos,
não são tristes nem festivos
tão pouco racionais ou pragmáticos
ou enigmativos
Meus balões são pulmões exteriores
biomas de gotículas salivares,
as mesmas que usei nos ex-beijos
e as guardadas para beijos futuros
pós-pandêmicos,
por isso levitam a exemplo
dos aviões mais pesados que o ar.
Mas são capazes percentuais
de explodirem voo- enjoo
e de cair
pelo cansaço que dá
naqueles que permanecem
em estado insistido
de antigravidade
Então tenho que amarrar cada balão
à cabeceira da cama
para que eles não subam demais
em meio à atmosfera das feras
e das balas perdidas, pois são dóceis
e carregam em suas gavetas
minhas expirações passadas
prefácio das minhas
inspirações futuras
Mas quando a leveza em demasia
torna-se peso à expectativa
formicida do amanhã,
tenho que cortar-lhes as linhas
das amarras
ou alfinetar alguns
repletos de magmas de mágoas
como se abrisse espaço na memória
do HD da minha história
A cada explosão de um balão
posterior ao vazio,
ausências dos meus suspiros,
assusto suas equivalências
de carnes de silêncio
e seus ecos em caos
coexistem em colisão
de sons recocheteados nas paredes.
Mas quando há quadro nelas
as tripas dos meus suspiros
ecoam e explodem neles:
inéditas pinceladas.
É por isso que os quadros que pinto
não mentem
quando eles naturalmente
mudam de cores
inconscientes,
quando em mim o nunca
nunca assim o será
para sempre.
Viver é pedagogia
a cada dia; a cada dia;
a cada dia...
As ruas das palavras têm memória.
De assombrações
E de glórias.
Cada vocábulo é um túmulo,
Um armário e um neologismo
Em avenidas de gestação.
Elas têm coração, fígado, pulmão.
As palavras indicionarizadas
Fazem, inclusive, manifestação
Pela liberdade de expressão.
As palavras têm memória
E vivas estão.
Conversam entre si
No bate-papo da gente
As palavras sussurradas
Gemem
Elas têm o poder
Da gênese
das estradas
Concordam e discordam
Entre si
Num disse-me-disse inaudível
“O que? Não ouvi!?”
Pois elas tramam, se amam,
Cantam fonemas nos versos
Dos poemas
Mas, verbalizadas, não são ingênuas.
As palavras têm memória
Aforismos
E fazem a conexão dos fatos
Em relatórios reservados, dossiês,
Inquéritos, sindicâncias,
Processos de segunda instância,
Registros de ocorrência,
Sentenças judiciais
Em cartas de correspondência
Mas a memória das palavras
Guardam da mesma forma
Romances
O que disseram
– ao serem ditas –
No primeiro encontro,
Na despedida
As palavras, as palavras, as palavras
Das crianças alfabetizadas
Dos videntes e dos jornalistas
Trazem com elas a jornada
Da espécie
Do terreiro, da quermesse
Sim. Da prece.
As palavras dos papiros, dos idiomas
Mortos, em suas morfologias
não esquecem.
As letras das palavras, soletradas,
Em sílabas separadas
Esquartejadas
Em vogais e consoantes
Hoje, ontem e antes
Em seus prefixos e sufixos
Delirantes
Seus ancestrais, radicais gregos,
E latinos, seus silêncios,
Seus lamentos, seus hinos
Desinências verbais,
Nominais
Confluências de guerra
E de paz
Seu organismo gramatical
Seu radical nas ruas do caos
Seus enigmas memorizados
Ruas asfaltadas pelos murmúrios
da Pedra de Roseta desvendada
Ditas ao vento, ao tempo,
No trem, no ônibus
Ao vento
– Não, palavras o vento não leva –
Ele as transporta a vacina
Pelas frestas das portas, janelas,
avenidas
E um dia elas retornam triunfantes,
Gigantes, trombas de elefantes
Em nossas memórias... Das ruas delas!
Leitores, ouvintes, 'olhadores', opiniões públicas!
Farei uma fanfarra pública!
Como faz-se a massa de um pastel
Diluído nas salivas das bocas fofoqueiras.
Senhores e senhoras,
Brasileiros e brasileiras,
Afins & afins!
Irei falar enfim.
Que a custódia lingual
Da minha palavra monitorada cessou.
farei da rua a minha caverna
Pois então agora irei palavrar
Nos botequins das zonas oeste,
Norte e leste
Como se houvesse engolido um rádio
Que fala dentro de mim
Coisas que não sou e nunca fui
Mas que testemunhei as assinaturas
Um tiro de fuzil
Cujo gatilho não apertei
Nessa imensa dor
Que em mim continua
Amigos, senhores, senhoras
E coadjuvantes da nossa história
Um mata, um morre, um dignifica.
Não é novidade 'serumana'
É uma grande construção civil
Com lágrimas de cimento e dor
E orgulho, saudade, amor
Até quando seremos inferno ou céu?
Escadaria da moral
Sucumbiremos ou sucumbiremos
Na metade dos seus degraus?
Por vezes lastimo e abaixo a minha cabeça
Por vezes a levanto a espera de um grito de gol
Que aconteça
Um gol, que não precisa ser internacional
Um gol
De sair para trabalhar e chegar em casa
Um gol sem o espantalho da pedofilia
Um gol da Ave Maria
Apenas um gol de comportamento,
Cidadania
Tipo um asteróide
Cheio de vermes de saúde e de dignidade
Nessa rua nessa rua nessa rua
de saudade
III
Manaus, pedaço do corpo do nosso país,
como dói seu sofrimento em sufocamento
coração político da amada Ama-zônia
pulmão do mundo onde o oxigênio
não faltaria — afinal, quem haveria de cilindrar o ar?
O oxigênio da mata verde-hospitalar?
Respira!
Respira fundo!
Respira!
Inspira!
Retenha o ar!
Agora solta!
Inspira!
Expira agora!
Respira!
Os cilindros irão chegar de avião, navio,
caminhão, por mar, terra e ar
venezuelanos, chineses, cubanos, iranianos
a atmosfera do Planeta Terra não tem dono
É como se o choro do médico
entrasse em estado de coma;
e as lágrimas da enfermeira
derramassem terras de sangue
das covas de seus olhares:
mares de vidas distantes
Falta o cadê na respiração do ar
cadê o oxigênio que estava lá?
Cadê os paciente dos leitos
do primeiro andar? Do CTI?
Da enfermaria da UTI?
Cadê o anjo cansado anjo das águas
do descanso da paz que havia,
Manaus, aí?
Quando o oxigênio era o arroz com feijão
das células agora famintas e amarelas dos rins,
da vermelha coloração do coração,
dos neurônios asfixiados
pelo ar desoxigenado,
Cadê?
Quem cilindrou o oxigênio
e aumentou suas taxas de importações?
Os 21% do oxigênio do ar
não são suficientes para alimentar
o corpo
e o edema pulmonar sangra
sangra sangra sangra
estanca mas sangra
de novo
ao passo que agora há os cilindros de ar
como um dia nos foi tão importante
o protetor solar,
Hoje em dia há os cilindros de ar
da falta de ar de direita,
e os cilindros de ar
da falta de ar de esquerda
O próprio vírus pressente
que o corpo que ele deixou doente
não resistirá por mais tempo
O próprio vírus pressente
que ele precisa da logística
do oxigênio do ar
para se disseminar
A logisticopatia general
outro sintoma da apatia governamental
de gente que gosta de matar pra ver morrer
para aqueles que sentem prazer
em genocidar
pela espada da política
cínica-paralítica entubada
agora de oxigênio desvitaminada
é a nova bomba criada
pelo setor administrativo
do Poder Executivo que dorme
no Palácio da Alvorada
e faz do limão da morte
uma mortelimonada.
IV
Já houve o tempo em que a morte vinha
sorrateira pelo golpe da faca, da foice e da bala.
Hoje ela chega disfarçada de câmaras sem gás,
e doce faz dormir em abraço de asfixia
"vão com Deus, avô, avó, pai, mãe, menina, rapaz"
"Afinal, todo mundo vai morrer, não vai?"
A assassina burocrática administrativa
é a mais inteligente da família das cicutas
pois extermina pela narrativa radioativa
e vence as eleições dos sobreviventes,
enquanto médicos e enfermeiros
veem os olhos vazios das vidas esvaídas
dos corpos nos leitos
do Brasil Manaus!
Se antes a doença matava pela asfixia, sem o ar,
agora mata pela asfixia sem o oxigênio do ar.
.
O genocídio é camaleão que possui um plano
em sua língua elástica: narrativas de lâminas
morte após a morte após a morte da morte madrasta.
V
Recapear o mundo
Com um novo adesivo
De humanidade
Proximamente do antes que seja tarde
Será que daria tempo?
Antes de os cabelos ficarem brancos
E antes do próximo vômito
Esse recapeamento
Ao som de música clássica
Longe de ser aleluia
Seria uma nova rua
Asfaltada de céu
Uma rua futura
Campo de futebol
Pavimentada para gritos de gol
Para eu criar o meu filho
Nessa rua
Nessa rua feita de mim
Com o gelo das minhas mãos
E com o caldo do que não fui
E do que não sou
Sou o fluxo sanguíneo dessa rua
O que me escapa
Mas o que sou
Enfim
Resta-me o café inevitável amigo.
Você quer tomar esse café comigo?
VI
As minhas mãos estão livres para as algemas.
Em que vocês me transformaram?
Todos os dias, todas as tardes,
Todas as noites
Não sei mais quem eu sou
Muito menos quem eu fui
Para quem eu vivo?
Para quem eu nasci?
Para meu filho
Que comigo não fala?
Para meus irmãos que me ignoram?
Para tudo aquilo que eu conquistei
E não vivi?
Quando fecho a porta
Esperando o futuro arrombá-la
Com uma pernada
Eu nos trapos da cama com fedor
De insignificância
Quando eu penso nessa pernada
E revejo lá atrás o jovem
Intrépido, atrevido, criativo,
Que ajudou
A renovar a linguagem pobre
Do jornalismo policial
Eu penso na pernada
E me imagino um líder mundial
Perseguido
Pelos especialistas em máquinas de escrever
Que eu as adoro
Mas que foram substituídas pelos computadores
E depois
Pelas Mídias Sociais
E tudo mais
Então
Fico no canto
Esperando a pernada
Que virá
Pelo Governo, pela Empresa,
Pelo Sindicato, pela Conta de Luz,
De Água
E eu não terei como respirar
No aquário temporal
Que naveguei
Por que?
Exatamente pelo motivo que você
Irá falir, em breve,
Como uma expiração
no meio da meia-noite da rua.
VII
A lente da fotógrafa revela a cena em contraste ao pandêmico.
O pôr do sol mergulha além das águas, beira a noite que gesta
o próximo dia lúdico voo da fênix, nossa gênese:
fresta da pandemia ou sua agonia, asfixia de tanta gente?
Sobreviver deverá ser renascer ato disruptivo, o cínico e cênico,
teimosia de querer amplificar os sentidos, da visão:
o olfato, do tato: os ouvidos; a fim de absorver o silêncio
celular que ficará após o a ausência daqueles que partiram?
Caminhar no céu, mergulhar na terra, e voar no mar
pois não necessariamente precisará ser como antes.
Não haverá ímã inerente entre o passado e o futuro.
A mulher líquida em seu contorno que me guarda
em suas quatro estações de gestação da humanidade:
a fotografia registra as águas da serenidade e a sombra projetada
da sua realidade ou o reflexo da sua representação.
Não há verdade presumida, nas galáxias de bolas de gude.
A mulher entardecida: o que pensa ela sobre a vida
que gesta? Sua herança genética, sua estética,
sua ética, seus sonhos estraçalhados pelo isolamento social?
A volatilidade solúvel do que nos era solidez?
A luz além do lá contrasta com a expectativa do advir.
Diremos sim à liquidez da resiliência. Mas isso significará
declinar a cabeça para a resignação de ter sobrevivido?
O tempo congelado no registro fotográfico quer explodir
em fragmentos de diafragmas, de magmas de mágoas e desespero
apaziguado.
Se não bastasse carregar a nossa massa corpórea
da primeira inspiração, no parto, até a expiração final,
no leito, resta-nos sermo-nos uma vez concebidos
novamente crianças ao toque epitelial da posteridade
do real sem exigir mais, o ideal do mundo cardiopata
e sermos felizes pelo analfabetismo da necessidade
da razão política, ideológica e do credo. Liberdade?
Assim como a mulher que ao pôr do sol dará a luz
na manhã de sol do porvir, com toda a capacidade
que a esperança possui em seus cristais de recomeço,
num país onde a inocência alimenta o amor,
num lugar em que o amor sempre vencerá o medo.
Anistia aos versos livres do poema!
Assim sempre será a poesia em tempos de quarentena.
Quando as ruas voltarem a fazer parte do nosso ecossistema
depois de amanhã...
FIM???
O AUTOR - RICARDO FRANÇA DE GUSMÃO SITE PESSOAL: https://mapas.fundacc.sp.gov.br/agentes/edita/524/
Contato: francagusmao@gmail.com Jornalista investigativo, professor e poeta, Ricardo França de Gusmão formou-se em Jornalismo pela Universidade Gama Filho, em 1992, e é pós-graduado em Telejornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Ao se formar, ingressou como repórter da madrugada no jornal O DIA, promovido, mais tarde, a Repórter Especial. Cobriu casos de repercussão, como o assassinato da atriz Daniela Perez e as chacinas da Candelária e Vigário Geral. Detentor de vários prêmios literários e de jornalismo, França é ativista cultural. Idealizador do Festival de Poesia e Artes PoÊterÊ, em Teresópolis, e um dos fundadores da Sociedade Carnavalesca Embaixadores da Folia da Cidade Maravilhosa.
Especialista em Segurança Pública e Direitos Humanos, foi editor-chefe dos dois Portais das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), no RJ, entre 2007/2013, quando assessor de imprensa da Secretaria de Estado de Segurança, na gestão do Secretário José Mariano Beltrame.
LIVRO OLÍMPICO – Seu primeiro livro de poemas foi lançado em 2013, em Brasília: 'O POEMA QUE MORREU, EU E OUTRAS VÍTIMAS'. Em 2016, durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro, foi relançado no leito de um hospital do Rio de Janeiro, após França passar por uma cirurgia.
O 'evento', que durou um mês – tempo de duração dos Jogos Olímpicos e da internação – ficou conhecido como a '1a Maratona Olímpica Literária Pós-Operatória do Rio de Janeiro'. Todos os membros da equipe médica ganharam livros autografados, além de visitantes. Membro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e ex-integrante da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Passou por redações de TV, jornais, assessorias de imprensa e internet. Além de exercer o ofício de professor de jornalismo e coordenador de laboratórios práticos na Universidade Estácio de Sá. Vencedor do PRÊMIO INTERNACIONAL DE REPORTAGEM IAPA Excellence in Journalism Award, da Interamerican Press Association (IAPA), pelo jornal O DIA/RIO-RJ, em 1997. O Prêmio Bartolome Mitre, categoria Direitos Humanos, contemplou a série de reportagens investigativas ‘Nota 10 em Violência’. É oferecido pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP/IAPA-Miami).

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