SACANAGEM CÍVICA-MILITAR COM DINHEIRO PÚBLICO

SACANAGEM CÍVICA-MILITAR COM DINHEIRO PÚBLICO

Ricardo França de Gusmão

12.4.22

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— Anuncio, agora, o início da entrevista coletiva do Sr> Ministro das Forças Armadas e Potencializadas. Após o pronunciamento inicial, será aberto aos senhores da imprensa, o espaço – digo aberto o espaço não – dada à palavra aos senhores repórteres fazerem perguntas. Okay?

— “Rummmm (Limpando a garganta, um gole de água, pronto), serei direto, pragmáticom e homem militar neste pronunciamento, comunicado aos senhores e isto bastará, okay? Obrigado, fiel assessor de Comunicação Social Tropa de Selva 04.

— Pois não Senhor. Peço dispensa.

— Dispensado. Bom, para o início de conversa, percebo que há repórteres mulheres nesta sala de imprensa. Peço que se re tirem e sejam substituídas para evitar possíveis constrangimentos, okay? As que permanecerem assumem o risco de terem vermelhidões nas bochechas, talvez, até já imunizadas. Compreendem, não é mesmo, ‘meninas’?

— General, sou do sindicato dos jornalistas. Isto é uma ameaça ou retaliação à mulher que exerce a profissão de jornalista?

— De jeito nenhum. É higiene comunicacional. Mas vamos lá. Comecem vocês. Qual foi o problema desta vez?

—General... Está claro. Queremos uma resposta do Ministério da Defesa sobre a “Farra do ‘tcham’ da geriatria militar”...

— Como assim, rapaz? Pelo visto você acabou ‘sobrando’ no serviço militar obrigatório... Não tem noção de hierarquia?

— Senhor, sou civil, repórter da Folha dos Aposentados da Oposição, exijo respeito. As Forças Armadas compraram 35 mil comprimidos de Viagra e tiveram compra aprovada. Senhor ministro. Foram oito processos de compra aprovados desde 2020 por unidades de compra da Marinha, Aeronáutica e Exército. O medicamento tem nome Sildenafila, nas dosagens de 25 mg e 50 mg, genérico do Viagra. A pílula do amor ou da ereção química da safadeza sexual. Desses, 28.320 comprimidos foram destinados a Marinha. Outros cinco 5 mil comprimidos foram aprovados para Exército e outros 2 mil, para Aeronáutica.

— Mas qual é o problema disso, meu jovem? Você nunca, não?

— General, o que nós, da imprensa tradicional hegemônica investigativa estamos cismados é que: Será, então, que há mais milico broxa na Marinha e no Exército do que na Aeronáutica? E mais, senhor ministro. Se isso pode repercutir na performance operacional dos soldados em terra? Numa eventual guerra com a Venezuela ou Argentina? E mais! Para onde toda energia vai depois de ministrada? Afinal, é sacanagem com dinheiro público!

— Meu caro, tenro e inocente repórter civil. Nós, militares, passamos por sacrifícios e por privações em tempos de guerra. Como você faz para manter o microfone da sua emissora de televisão de pé com o salário que ela te paga? Serei direto. O ‘medicamento’ visa o tratamento de a hipertensão arterial pulmonar. "aquisição de sildenafila visa o tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP). Esse medicamento é recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para o tratamento de HAP".

— General, os soldados usam camisinha?

— Mas que pergunta imbecil, senhorita repórter. O seu jornal quer saber uma coisa dessas?

— Não, senhor. É para uma amiga. Ela está assistindo a coletiva de imprensa ao vivo e enviou uma mensagem para o meu celular.

— Bom. Como os senhores podem ver, amigos da imprensa, senhores de casa, trabalhadores. Nós, militares, assim servimos à Pátria... Não é mesmo, senhorita?

— Senhor ministro, por favor. Só responda “sim” ou não”!

— Sim, senhorita. Nossos praças usam camisinha O diâmetro dos modelos tradicionais medem 52 milímetros. O tamanho extra tem 55 milímetros. Este tamanho é recomendado para os soldados e cabos que sente que o preservativo de 52 milímetros é muito apertado ou têm dor em seus sacos escrotais ao usá-lo. E também temos as camisas de vênus que medem 49 milímetros. Este, em especial, é recomendado para quem sente que o preservativo de 52 milímetros está frouxo, podendo soltar durante o ato sexual. São recomendados para os nossos ‘calibres grossos’. Fui claro, senhorita?

— Amiga, viu aí? Tá protegida. Liberada na festa. Sério! É oficial, você não viu? Qual é o ‘calibre’ do ministro? Olha, não vai tocar funk no baile militar? Anita? Descubra você, na prática, Vai pra guerra! Mas parece que não tem nada de ‘fake News” não.