O ENIGMA DO ADEUS

Ricardo França de Gusmão

5.12.2022

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O adeus não é um estancar fluido

Que estala de repente.

Ele é uma desconstrução gradativa

Como embriaguez fadiga neural

E as areias que aos poucos

O vento carrega

Do corpo provisório de uma estátua

De sal

.

O verbo dos mesmos planos

Vai confundindo-se nas falas

Antes concordantes

E os olhares vão se desviando

Ao acender de outras estrelas

Decadência do uníssono

Perde valor

O importantíssimo

Verossimilhança

Do verdadeiro adeus

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