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"Vai pra puta que o pariu, porra!"

  • Foto do escritor: Admin
    Admin
  • 25 de out. de 2022
  • 4 min de leitura

Após os quatro homicídios tentados pelo ex-deputado e presidiário Roberto Jefferson (Ex-presidente nacional do PTB), quando este atacou com granadas e tiros de fuzil quatro policiais federais que foram à sua casa cumprir mandado de prisão, acaba de ser lançado, na Amazon, a 4a edição do livro:

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"1, 2 3, 4...4. 3, 2, 1"

"Vai pra puta que o pariu, porra!"

Histórias escritas com palavras fedorentas

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696 páginas (Escrito durante 5 anos, período

entre as eleições de 2018 até hoje)

Poemas, crônicas e contos

Sátira política / Um livro polarizado

Autor: Ricardo França de Gusmão



Apresentação – Prefácio 1

A FORÇA DA INDIGNAÇÃO POÉTICA

Prof. Jorge Maroun*

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Existem livros que se são únicos pela rara capacidade do autor observar os fatos do cotidiano da nossa política e ausência de cidadania, se indignar com o sofrimento de milhões e transferir isto, de forma poética, sensível, dissimulada e única para o papel, levando o leitor a uma viagem pela Língua Portuguesa e pelas ilustrações que vão satirizar a classe política, seus privilégios e equívocos, os desmandos que vivemos com a falta de respeito das empresas com as pessoas, numa reflexão sobre a nossa vida e a nossa pátria.

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Ricardo França é uma craque, pois conhece o cotidiano de sofrimento dos mais humildes, o presenciou na sua carreira de repórter investigativo.

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É um craque pois sofre na pele, como cada brasileiro dos grandes centros, as mazelas de um poder público omisso, dos grupos paralelos, como as milícias e o tráfico de drogas nos humilhando, e de empresas insensíveis coma vida das pessoas.

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Entretanto, o que torna o Ricardo França ímpar é a capacidade de — neste contexto — levantar-se como uma voz de luta e, entre tantos projetos acadêmicos, ser capaz de transferir toda esta indignação numa linguagem poética, satírica, com personagens únicos que nos fazem refletir sobre como estamos vivendo.

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O mais importante deste fantástico livro é perceber que seu autor, ausente na narrativa, é, na verdade, o grande artífice que sentiu na pele, como brasileiro, as dificuldades que os políticos geram todos os dias, ao nosso povo.

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Ele mesmo sofre as angústias que todas as pessoas de bem neste país sofrem, mas tem a capacidade de analisar os fatos diários e nos mostrar como nossos políticos e a trupe que os rodeia são patéticos, preocupados com bens materiais e com um poder transitório que os tornam seres mesquinhos e vazios.

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Eles são patéticos e, por isso, estão aqui em sátiras inteligentes que — como escrevi acima — nos farão refletir sobre nossa vida e nossa pátria. Este livro é uma joia rara no meio de tantos aproveitadores baratos, de tantas mentiras contadas como verdades, da falácia da ‘checagem dos fatos’, entre tantas outras reflexões.

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Desejo a você, caro leitor, um belo passeio por estas páginas, claro, com uma dose de bom humor, sem o qual não dá para encarar as estórias aqui contadas. Elas são ímpares e incríveis. Boa leitura.

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(*Coordenador de Jornalismo da Universidade Estácio de Sá, Campus Nova Friburgo, escritor e pesquisador)

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Jornalista, professor e poeta, Ricardo França de Gusmão, 54 anos, é detentor de vários prêmios literários. Conquistou três prêmios de reportagens sobre Direitos Humanos, dois internacionais, e um de dimensão nacional, quando professor orientador universitário. Trabalhou na imprensa escrita, TVs, assessorias de imprensa, internet e Academia. Publicou 27 livros de poesia, contos e crônicas.


Nesta nova edição está incluído o poema-crônica:


"BRUXA, PROSTITUTA, VAGABUNDA, PODRE, ARROMBADA, HORROROSA, SENTADA NESSA LATRINA QUE É O TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL"

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Ricardo França de Gusmão

Domingo, 23.10.2022

(Uma semana antes do 2º turno das Eleições)

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Domingo passado, ele xingou — tomado por covarde valentia — a tua mãe e a minha. Enlouquecido pela abstinência de poder sistêmico periférico e central, entrou em falência múltipla cerebral e vociferou contra as nossas cinco mães constitucionais: Pátria, Democracia, Justiça, Liberdade e Igualdade, desse jeito, pelas mídias sociais:

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"Bruxa, prostituta, vagabunda, arrombada, podre, horrorosa, sentada nessa latrina que é o Tribunal Superior Eleitoral", bradou, em rajadas de ódio, a fim de atiçar o desenrolar das próximas cenas.

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Em sua mansão bunker arsenal, preparada para o Juízo Final, alimentou a fome do fuzil e o descarregou contra policiais federais — os quais já esperava — arremessou e explodiu granadas pró-governamentais e, protagonista do seu roteiro, narrava o drama da sua trama, em vídeos necrolacrimais, novamente, via mídias sociais, e pautava a mídia, com frases de efeito e palavras de ordem, mas ele não enxergava o elefante tamanho na desordem nele.

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É em nome da Liberdade de Expressão? Não. É brutalidade represada. A expressão de nada vale para essa gente que manda gente como a gente calar sob tiros de fuzil intermitentes, ao arrastar das correntes e aos gritos para intimidar a voz da nossa fala e a enterrá-la em covas — fundamentalistas em delírios silêncios — escavadas

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"Bruxa, prostituta, vagabunda, arrombada, podre,

horrorosa, sentada nessa latrina que é o

Tribunal Superior Eleitoral"

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Ecoa na direção das urnas onde há a figura, um totem

De um padre figurante, o próximo instante da narrativa,

Versículo do marketing político ideológico roteirista

Dom Quixote de extrema-direita caçador

De comunistas, destruidor de templos umbandistas

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Torturadores de estudantes, exterminadores

De passarinhos, pois são terríveis em nome de Deus

E como são ‘imbrocháveis’ com ‘cano longo’

Pitorescas máscaras de lobos maus

De um mundo paralelo Brasil cuja Bandeira

Trêmula tremula com um verde desértico

E um ouro amarelo saqueado

Pintou o clima então para surgir o franco atirador

A corrupção e a tirania

Se reproduzem na água empoçada

Da violência instituída, da pandemia negada

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"Bruxa, prostituta, vagabunda, arrombada, podre,

horrorosa, sentada nessa latrina que é o

Tribunal Superior Eleitoral"

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“Arrombem a porta! Vamos cumprir a nossa missão!!”

A ordem do delegado foi vencida pela negociação

Na casa daquele homem pacifista, de família e Deus

Os policiais encontraram um arsenal miliciano

“Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”:

Revólveres, pistolas, fuzis e metralhadoras

Colt 45, pistola Glock 9mm, espingarda pump,

Rifle Winchester 44, lança míssil Javelin anti-tanque,

Metralhadora Gatling, submetralhadora Tommy Gun,

Remington 870, fuzil AK-47, fuzil AR-15, fuzil FAL,

metralhadora UZI, RPG-7 PKM, M1911, Magnum .44,

pistola C96, Mauser Broomhandle, pistola Glock,

carabina Rossi, Gallery cal .22 lr, Beretta m9,

Ruchnoy Protivotankovyy Granatomyot, ...

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"Bruxa, prostituta, vagabunda, arrombada, podre,

horrorosa, sentada nessa latrina que é o

Tribunal Superior Eleitoral"

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Representatividade ou loucura? Falta de gravidade

Emocional? Não foi, você, o estopim do risível ‘golpe’.

Quem é você para querer gritar, novamente,

“Independência ou morte!”

Admirar de ter pouca mira, pois deve ter

A visão esfumaçada pela cólera

Gerada por sua ambição.

E sabe qual é a piada mais tamanha?

É que do seu próprio veneno você

Foi ‘boi de piranha’.

Ontem o Brasil deu mais um passo

De tornar-se um país mais correto

Ao desarmá-lo, capturá-lo

E a tornar colocá-lo

Na prisão.



 
 
 

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